fbpx

Entrevista com Carlota Hursey – As Danças Circulares nos Estados Unidos

Esta entrevista com Carlota Hursey aconteceu durante a Live, via Instagram, em 23 de setembro de 2020, anfitriada por Luciana Zoccoli, focalizadora de Danças Circulares pelo Giraflor.

Como você conheceu o Giraflor?

Quando eu descobri as Danças Circulares eu nem sabia o que era isso. Fui apresentada para as danças dos povos por 3 amigas na Serra da Mantiqueira. Voltei para minha casa sem saber ao certo o nome daquela experiência que havia vivenciado.

Em 2018 quando retornei ao Brasil pedi mais. Disse à elas que gostaria de dançar novamente.

Uma delas foi a minha casa e começou a me mostrar como eu poderia pesquisar. E foi então que descobri que o nome era Dança Circular. Desta vivência ficou a alegria ao final de cada dança. Vibrava. Minha amiga, Francisca Teixeira, me mostrou como eu poderia saber mais sobre as danças. Assim, comecei a dançar sozinha na sala de casa. Interessante que eu não me sentia sozinha, mesmo estando so.

Comecei a dançar com duas amigas nos Estados Unidos. Juntas, a nossa proposta inicialmente era ser um clube de leitura e no fim, a dança tomou conta desses encontros.

Dançamos por meses. Estudávamos coreografias juntas, assistindo à vídeos.

Foi se aproximando uma outra vinda ao Brasil e minhas amigas dos Estados Unidos me incentivaram a fazer uma formação em danças circulares, já que percebiam minha paixão por essa prática.

Pesquisei online, encontrei alguns cursos de formação no Brasil mas, o desafio era encaixar com a minha agenda. Ainda nas andanças pela internet, encontrei pelo canal do Giraflor a coreografia Boas-vindas, do trabalho Mandalas em Movimento. Quando eu vi aquela dança, tinha uma mamãe com um bebê enroladinho. E ali eu vi tanto amor. E tive a certeza de que esse seria o meu caminho.

 

Como foi a sua experiência na roda com o Giraflor?

O conhecimento que eu tinha era mínimo. No entanto, eu já me sentia uma dançarina de roda. Quando eu decidi dançar com a Adriana, eu tinha a certeza de que era o lugar certo para estar. E então, você começa a receber a delicadeza nos contatos vindo do Giraflor. Eu me apaixonei pela organização do Giraflor. Super amorosos.

Quando cheguei a Casa da Retiros fiquei encantada. O lugar é maravilhoso. O ambiente. As irmãs nos recebendo. Um salão lindo de viver. E os centros que a Adriana faz. Ela nos transporta para um mundo de fadas.

O cuidado na organização, a delicadeza estão presentes em cada detalhe.

Antes mesmo de começarmos a dançar, fomos para o jardim e encontrei algumas dançarinas e juntas nos harmonizamos junto à natureza, mesmo sendo o primeiro contato com o grupo, foi incrível perceber a afinidade. E interessante que este sentimento se perpetua. Sentimo-nos pertencentes. Sentimos que sim, somos uma grande família. É muito rico.

Então, estamos em um salão lindo, com um centro maravilhoso, as pessoas super à vontade. Há muitos dançarinos que voltam muitas vezes para fazer a formação com a Adriana!

Então Adriana chega. Ela parece voar e pousar entre nós como uma fada. A delicadeza, a suavidade com que ela nos acolhe é uma grande surpresa. E eu não vou falar muito para deixar as surpresas para aqueles dançarinos que participarão dos cursos futuramente.

 

Como você se sentiu na roda?

Foi na roda de danças circulares que a “Carlota” aconteceu. Eu conheci uma Carlota que eu não conhecia. Eu me apaixonei por ela.

Quando eu entro na roda, eu sou a pessoa mais feliz do mundo.

Eu sinto que a minha responsabilidade como focalizadora é proporcionar para os outros, esta mesma oportunidade que foi tão mágica e importante para mim.

 

Como foi levar as danças circulares para os Estados Unidos?

Quando eu retornei, ainda não tinha contato com dançantes nos Estados Unidos. Como eu estava organizando a vinda da Adriana para ministrar o Mandalas em Movimento em Chicago, fui entrando em contato com vários focalizadores aqui. Na costa oeste tem muitos dançarinos.

Aqui onde em moro, próximo a Chicago, nunca ninguém ouviu falar.

É um desafio, mas é uma honra disseminar as danças circulares aqui.

A minha primeira roda foi em um estúdio de yoga. Vieram 18 pessoas. Uma grande surpresa. Foi lindo!

Em junho, tive a alegria de trazer a Adriana, com Mandalas em Movimento. Foi muito especial. É uma outra experiência. Fazer o Mandalas é expandir, o campo da dança ficou enorme dentro de mim. É diferente de fazer um curso de formação. A partir de lá, iniciei uma roda mensal, foi uma surpresa conseguir manter um grupo e éramos sempre, no mínimo, 8 pessoas na roda.

Uma particularidade daqui de Indiana é que as pessoas preferem dançar em espaços fechados ao invés de parques, lugares abertos.

Em julho ofereci uma roda em Chicago e conheci a Heloísa, de Belo Horizonte, e foi um encontro mágico. Tê-la comigo dançando, foi especial. Era como se ela fosse a “dança circular”. Ao final da roda, ela compartilhou comigo que estava pensando em fazer a formação em Danças Circulares com o Giraflor. Conversamos bastante e eu a incentivei, fico feliz em fazer parte, de alguma forma, dessa decisão.

Mas veio 2020, com a pandemia, apesar dos convites para girar, senti que seria importante respeitar este momento que estamos vivendo.

 

Eu observei na sua roda a presença de homens, que interessante. Conte mais para a gente, por favor.  

É sempre maravilhoso ter a presença masculina na roda. Em uma live do Rodas e Varandas com o Zecca, ele falou da importância de trazermos um repertório que contemple o fogo e a terra, para que homens também se identifiquem na dança e isto me fez pensar nestes elementos, para enriquecer a conexão de todos na roda.

Adoro ter a presença da energia masculina nas rodas.

Eu gosto muito de trazer as danças dos povos. Honrar o passado e culturas diferentes. Penso que a Dança Circular cria uma abertura para conhecer e respeitar outras culturas. É uma forma de conhecer outras músicas, sonoridades. Este é um feedback que os dançarinos sempre me dão e me agradecem pela oportunidade.

 

E como está sendo este momento da pandemia?

Estou aproveitando este momento para fortalecer um sonho, que é oferecer a dança para a terceira idade. Amanhã começo um curso com a Sandra Mazzoni com as danças em cadeiras. E é isso que eu quero fazer. Para toda senhorinha que estiver sozinha, triste. Eu quero ir para o asilo, para o hospital para levar a alegria da dança circular. E no momento em que eu ver um sorriso tão largo quanto o meu, eu terei a certeza de que valeu a pena ter vivido.

Eu faço um trabalho voluntário, trabalhando na cozinha, fazendo sopa. E eu estava super animada com a minha formação em danças circulares. Elas me disseram que se eu dançasse Moon River, elas dançariam comigo. Fiz uma coreografia e quando fomos dançar, percebi que os giros seriam um desafio. Foi então, que eu me dei conta da responsabilidade de girar uma roda com idosos. Irei com calma, preciso estudar e aprender muito para garantir a segurança de todos. Vamos iniciar dançando sentadinhas e logo mais, poderemos girar e girar.

 

Ao final da entrevista, Luciana abriu o jogo de cartas da Arte do Encontro e tirou uma carta: Arte da Alegria.

E as palavras finais de Carlota: “A Arte da Alegria – é a Dança Circular na minha vida. Ate quando danço um mantra eu não consigo segurar a minha alegria, mesmo em momentos de conexo com o Sagrado, eu me sinto tão feliz que não consigo segurar meu sorriso. Alegria, na minha vida, no meu coração, eu encontro na Dança Circular. E eh isso que eu quero levar ao maior numero de pessoas e corações que eu conseguir tocar”.

 

 

 

 

 

Open chat
Olá,
Como podemos te ajudar?